Acordo ortográfico. Foto: Wikipedia | Reprodução.
É preciso ficar atento às mudanças ortográficas implementadas na Língua Portuguesa para não cometer erros. Variações incluem o uso de hífen, acentuação e inserção das consoantes K, W, Y no alfabeto oficial. Fique ligado, principalmente se você irá prestar o ENEM este ano.
Em 2016, encerrou-se o prazo brasileiro para a população adaptar-se às novas regras que compõem o idioma escrito do português. O acordo, implementado em 2009, visa unificar a língua em nove países – Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Moçambique e São Tomé e Príncipe -, de forma a tentar torna-la oficial para a comunidade internacional, balizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Até dezembro do ano passado, as pessoas podiam fazer uso das regras antigas normalmente, ao mesmo tempo que o novo acordo era usado em paralelo. A partir de 2016, é obrigatório aderir às mudanças, que vão eliminar acentos diferenciais e trema, além de modificar grafia de palavras com hífen e acentuação de ditongos e hiatos.
Ao todo sete pontos sofrem alteração, porém isso irá representar uma mudança em apenas 0,8% dos vocábulos brasileiros. Mesmo assim, quando lançada, a proposta gerou muitas reivindicações. O argumento era de que o acordo não traria facilidades para a língua e modificaria regras desnecessárias.
Em meio a divergências ou não, o certo é que desde o início do século XX, várias tentativas de unificar o português vinham sendo discutidas, mas nenhuma efetivamente havia sido aceita até 2009, quando foi fechado o acordo entre todos os países da Comunidade de Língua Portuguesa.
Trema
O trema, aquele acento representado por dois pontinhos que ficava em cima do “u”, deixa de existir em todas as palavras da língua portuguesa. Assim, palavras como lingüiça, ambigüidade e seqüestro passam a ser grafadas como linguiça, ambiguidade e sequestro.
Hiato
O novo acordo altera os hiatos – sequência de vocais em sílabas diferentes – ao tirar os acentos circunflexos das palavras. Enjôo, lêem e vêem são exemplos que passam a ser escritos como enjoo, leem e veem.
Ditongo aberto
Deixam de existir os acentos de palavras paroxítonas – acentuação na penúltima sílaba – com os ditongos “ei” e “oi”. Com isso, européia , centopéia e paranóia, por exemplo, passam a ser europeia, centopeia e paranoia.
É preciso ficar atento às palavras oxítonas – acentuação na última sílaba – terminadas em “éi”, “éu” e “ói”, cujos acentos permanecem. Exemplos: chapéu, herói e anéis.
Acento diferencial
Os acentos diferenciais – usados para distinguir duas palavras iguais com significados diferentes – também deixam de existir. Assim, palavras como pára (verbo parar) e para (preposição) passam a ser grafadas sem acento em ambos os casos. O mesmo acorre com pêlo (filamento do corpo humano) e pelo (preposição + artigo definido)
Hífen
As palavras com hífen foram as que sofreram maiores modificações.
Casos em que o hífen deixa de ser usado
Palavras compostas por justaposição que tenham perdido a noção de composição, a exemplo de girassol e paraquedas.
Qualquer tipo de locução, como cão de guarda e cor de vinho.
Em alguns casos, após o prefixo “des” e “in”, se o segundo elemento da palavra perdeu a letra “h”, como nos casos: desumano e inapto.
Na palavra iniciada com o prefixo “co”, mesmo se o segundo elemento começar com a letra “o”, como em cooperar e coordenar.
Em todas as palavras em que o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento começar com “r” ou “s”. Nesses casos, deve-se duplicar essas consoantes. Exemplos: antissemita e contrarregra.
Em todos os casos em que o prefixo terminar com vogal e o segundo elemento começar com uma vogal diferente, como em antiácido e autoestrada.
Com prefixos tenham perdido a sua tonicidade, como nos casos: prever e promover.
Casos em que o hífen é usado
Em palavras compostas por justaposição que constituem uma unidade sintagmática e semântica. Exemplo: ano-luz e tio-avô.
Em topônimos compostos, ou seja, em nomes próprios de lugares, que começam com o adjetivo grão/grã, ou que começam com um verbo, ou ainda quando existir artigos entre os elementos. Como em Grã-Bretanha e Baía de Todos-os-Santos.
Em palavras que distinguem espécies botânicas e zoológicas, como erva-doce e couve-flor.
Em palavras compostas iniciadas pelo advérbio “bem” ou “mal”, em que a segunda palavra seja iniciada por qualquer vogal ou a letra “h”. Como bem-humorado e mal-afortunado.
Em palavras compostas iniciadas pelos elementos: além, aquém, recém e sem.Exemplo: além-mar; recém-casado e sem-vergonha.
Se o segundo elemento começa com a letra “h”, como anti-higiênico e pré-história.
Se o prefixo do primeiro elemento for “hiper”, “inter” e “super” e o segundo elemento iniciar com a letra “r”. Exemplo: hiper-resistente e super-revista.Em todas as palavras cujo prefixo for “ex” (no sentido de estado anterior) e “vice”. Exemplo: ex-aluno e vice-governador.
Se o prefixo do primeiro elemento for “pós”, “pré” e “pró”. Exemplo: pós-graduação; pró-reitoria e pré-escola.
Alfabeto
O alfabeto brasileiro passa a ter 26 letras, com a inclusão do K, W e Y. A mudança visa legitimar a utilização das letras que estão presentes em siglas – km e kg – e palavras vindas de outras línguas, como kung fu ou Washington.
U e I tônicos
Palavras paroxítonas com o “i” ou “u” tônicos acompanhados de ditongos perdem os acentos. Por exemplo feiúra e averigúe passam a ser escritas como feiura e averigue.
Também deixa de existir o acento da letra “u” nas sílabas “que”, “qui”, “gue” e “gui”, a exemplo dos verbos apazigúar e averigúar que tornam-se apaziguar e averiguar.
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