Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro 2017

Bárbara Thamíres - 18/01/2017 Atualizada - 21/01/2017 10h17

O desfile das escolas de samba é um dos espetáculos mais famosos do mundo. Com muita alegria, fantasias e surpresas, o desfile surpreende o Brasil com muitas novidades e beleza.

Para este ano, as datas já estão definidas e os tradicionais ensaios técnicos no Sambódromo já começaram.

A programação de ensaios será realizada durante a noite no Sambódromo, que está localizado no Centro do Rio, teve início no dia 15 de janeiro e segue até o dia 19 de fevereiro.

As agremiações participantes são do Grupo Especial e da Série A e o local costuma ficar com todas as arquibancadas lotadas de foliões e pessoas que gostam de admirar a beleza do Carnaval e dos desfiles.

Na maior parte dos dias os ensaios começam às 19:00 e o público poderá conferir 3 agremiações. O último a sair para o desfile entra às 21:30.

 

Programação dos ensaios técnicos das Escolas de Samba do Rio em 2017

Confira a programação dos ensaios:

15/01

19h: Império Serrano
20h: Paraíso do Tuiuti
21h30: União da Ilha do Governador

22/01 

19h: Estácio de Sá
20h: São Clemente
21h30: Mocidade Independente de Padre Miguel

28/01

19h: Acadêmicos do Sossego
20h: Acadêmicos da Rocinha
21h30: Acadêmicos de Santa Cruz

29/01 

19h: Império da Tijuca
20h: Beija-Flor de Nilópolis
21h30: Acadêmicos do Grande Rio

4/2 

19h: União do Parque Curicica
20h: Alegria da Zona Sul
21h30: Acadêmicos do Cubango

5/2 

19h: Unidos do Porto da Pedra
20h: Unidos de Vila Isabel
21h30: Acadêmicos do Salgueiro

11/2 

19h: Inocentes de Belford Roxo
20h: Renascer de Jacarepaguá
21h30: Unidos do Viradouro

12/2 

20h: Portela
21h30: Unidos da Tijuca

18/2 

20h: Unidos de Padre Miguel
21h30: Imperatriz Leopoldinense

19/2 

19h: Lavagem do Sambódromo
20h: Teste de luz e som
21h30: Estação Primeira de Mangueira

Programação do desfile das escolas de samba 2017

Em breve.

História

A primeira escola de samba do Brasil foi a Deixa Falar. Fundada em 18 de agosto de 1928, na cidade do Rio de Janeiro, trazia o vermelho e branco como suas cores oficiais a deixa falar tinha a intenção de ser um bloco carnavalesco diferente. O termo “escola” foi escolhido porque a agremiação ficava próxima a uma escola da comunidade.

O sucesso da Deixa Falar estimulou a criação de outras agremiações de samba como a Cada Ano Sai Melhor, Estação Primeira (Mangueira), Vai como Pode (Portela), Vizinha Faladeira e Para o Ano sai Melhor.

Nas primeiras décadas as escolas de samba não possuíam uma estrutura tão grande e organizada como atualmente. Possuíam poucos integrantes e pequenos carros alegóricos.

No ano de 1929, a Deixa Falar desfilou na Praça Onze. Um ano depois, mais cinco escolas fizeram o mesmo, mas a Deixa Falar manteve o título de vencedora. Com o tempo, o número de competidores aumentou para cerca de 19. Em 1932 e 1933, O jornal O Globo patrocinou os desfiles e criou uma lista de quesitos para julgar os desfiles no Carnaval.

Do início da história dos desfiles de escola de samba até 1960, os desfiles aconteciam em avenidas da Cidade Maravilhosa e eram abertos ao público. Em 1961 deu-se início à venda de ingressos para o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, que ainda aconteciam nas avenidas, mas contavam com uma estrutura temporária de arquibancadas.

desfile da Salgueiro na Av. Presidente Vargas. Foto: Arquivo público.

Desfile da Salgueiro, na Av. Presidente Vargas, em 1962. Foto: Arquivo público.

A partir de 1978 os desfiles passaram a acontecer na rua Marquês de Sapucaí. Cinco anos depois, o então governador, Leonel Brizola, encomendou ao arquiteto Oscar Niemeyer o projeto de um local definitivo para os desfiles.

O local escolhido foi a própria Marquês de Sapucaí, que passou a ser usada exclusivamente para o desfile, ficando fechada para o tráfego. Inaugurada em 2 de março de 1984, a Passarela do Samba (nome oficial), futuramente rebatizada de Passarela Professor Darcy Ribeiro, passou a ser conhecida como ‘Sambódromo’ (saiba +)

Oscar Niemeyer nas obras de conclusão do Sambódromo. Foto: Arquivo público.

Oscar Niemeyer nas obras de conclusão do Sambódromo. Foto: Arquivo público.

Com o aumento do número de escolas competidoras e do número de componentes em cada uma, os desfiles ficaram mais longos e cansativos para o público. Por esse motivo, também em 1984, o desfile passou a ser realizado em dois dias.

Desfile

Atualmente as escolas de samba têm 80 minutos para completar o desfile no Sambódromo. As escolas são divididas em Grupo de Acesso e Grupo Especial. As agremiações do Grupo de Acesso disputam uma vaga no Grupo Especial. Já as 12 escolas do Grupo Especial – que possuem em torno de 5000 componentes- desfilam para disputar o título de melhor Escola de Samba do Carnaval.

O desfile segue a seguinte estrutura:

Comissão de frente
Traz de 10 a 15 componentes aparentes. São avaliados de acordo com movimentos adequados ao enredo.

Abre – Alas
É a primeira alegoria da escola. Geralmente traz o nome da agremiação, mas não é obrigatório. A Porto da Pedra, por exemplo, sempre traz seu símbolo, o tigre.

Abre-Alas Cinelândia. Foto: Ian Gampom.

Abre-Alas Cinelândia. Foto: Ian Gampom.

Segunda Alegoria

Cada escola pode levar para a Sapucaí de 5 a 8 carros alegóricos de até 13m de altura e 8,5m de largura. Os maiores carros chegam a 60m de comprimento e são empurrados por até 20 pessoas.

Ala das Crianças
Crianças da comunidade desfilam fantasiadas. Não vale ponto, mas ajuda a contar o enredo.

Terceira Alegoria

Ala dos Compositores
Compositores da escola. As disputas do samba acontecem nas quadras desde julho. Cerca de 40 sambas são inscritos em cada escola.

Quarta Alegoria

Mestre-sala e Porta-bandeira
Casal responsável por carregar a bandeira da escola. A tradição remonta ao século 19, quando se tinha costume de tentar roubar as bandeiras uns dos outros.

Rainha de bateria
Não é presença obrigatória nem faz parte dos itens julgados, mas toda escola tem sua rainha. A mesma é escolhida meses antes do desfile e sua função é apresentar a bateria, com muita simpatia e samba no pé.

Viviane Araújo - Rainha de bateria da Salgueiro. Foto: Alexandre Durão.

Viviane Araújo – Rainha de bateria da Salgueiro. Foto: Alexandre Durão.

Bateria
Composta por 200 a 320 ritmistas de percussão, é avaliada de acordo com a performance artística e a sustentação da cadência ao longo do desfile.

Carro de som
Traz o intérprete ou puxador, acompanhado por apoiadores de canto (geralmente cinco auxiliares),que podem vir no chão ou em cima do carro de som, com três instrumentistas para marcar o ritmo.

Ala dos Passistas
Cerca de 40 componentes, predominantemente mulheres.

Quinta Alegoria

Ala das baianas
Item obrigatório para todas as escolas de samba. O número mínimo de baianas é de 70.

Ala das baianas da Viradouro. Foto: Sergio SeLusaVa.

Ala das baianas da Viradouro. Foto: Sergio SeLusaVa.

Sexta Alegoria

Tripés
Um carro alegórico menor, que fica entre as alegorias maiores e não pode ter mais que dois componentes. Até seis tripés motorizados ou empurrados são permitidos.

Sétima Alegoria

Velha Guarda
Normalmente é quem encerra o desfile, podendo também vir sobre a última alegoria. Grupo composto pelos sambistas mais idosos, quase sempre fundadores da escola. Desfilam em posições de honra, com roupas de gala.

 

Critérios de avaliação

Cabine dos jurados no Sambódromo. Foto: Divulgação.

Cabine dos jurados no Sambódromo. Foto: Divulgação.

A apuração das notas das escolas de samba do Grupo Especial é realizada na quarta-feira de cinzas. Os jurados levam em consideração 10 itens na hora de avaliar a performance de cada escola de samba. Os itens são:

Bateria
Intimamente associada com o quesito evolução, a bateria marca o ritmo do canto, da dança e de todo o desfile. Cada escola possui uma média de 250 a 300 instrumentistas. São julgados pela regularidade, continuidade e equilíbrio da batida. Além disso, o ritmo deve ser variado e diversificado, mas precisa ser mantido perfeitamente, principalmente quando os instrumentos reiniciam após uma parada. Normalmente, as baterias de escolas de samba são compostas pelos seguintes instrumentos: Surdo de primeira, Surdo de segunda, surdo de terceira, caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim, cuíca, agogô, reco-reco, pandeiro, e prato, podendo variar de escola para escola. A utilização de instrumentos de sopro é proibida.

Samba enredo
Nesse quesito, os jurados avaliam se a letra apresenta a essência do tema do desfile. A letra também precisa estar adequada à música, e estar gramaticalmente correta. Esta é a única categoria em que os juízes subdividem as suas notas, dando alguns pontos para as letras e alguns para a melodia.

Harmonia
Neste quesito julga-se a harmonia musical, acústica e visual do desfile da escola. Para atingir uma pontuação satisfatória nesta categoria, a música, o ritmo e o canto devem combinar perfeitamente com a coreografia e a dança dos integrantes da Escola. A escola perde pontos se partes diferentes da música forem cantadas no mesmo momento ou se o ritmo da bateria não for respeitado. É preciso que todos entoem a letra em uma única voz.

Evolução
Neste quesito, são avaliadas a velocidade e a maneira como a escola de samba desenvolve seu desfile. Os componentes têm que dançar animados – não necessariamente samba, mas é preciso expressar sentimento nos movimentos – e andar sem abrir brechas entre os desfilantes ou entre as alas. É preciso que o desfile seja um fluxo constante.

Enredo
É o tema central da escola que deve ser representado por todas as partes durante o desfile. Os juízes consideram, entre outros fatores, a força da ideia como um todo e o seu a forma como é desenvolvida e apresentada através das várias alas, carros alegóricos e fantasias. É aplicada a penalidade quando alguma forma de publicidade se envolve. Também é preciso que a ordem dos elementos tornem a história compreensível, com começo, meio e fim bem definidos.

Conjunto
Quesito julgado livremente, sem muito critério técnico, onde é considerado o impacto geral do desfile da escola. É a categoria mais subjetiva e que costuma gerar muitas controvérsias.

Alegorias e Adereços
Este quesito avalia a expressão visual do tema, a originalidade e a qualidade do trabalho artístico. Os movimentos, cores e efeitos visuais envolvidos, assim como os carros alegóricos e todos os adereços sendo usados no desfile. A eficácia dos carros alegóricos e adereços em exibir o enredo e sustentar as ideias trazidas pelo tema também são elementos cruciais para obter uma nota alta.

Fantasias
Criatividade, originalidade e diversidade são essenciais nessa categoria. Os Juízes avaliam as fantasias individualmente e em conjunto e a forma como estas se comunicam com o enredo. Desde a confecção e o acabamento até o estado de conservação são levados em conta pelos juízes na hora de definir a nota.

Comissão de Frente
Coreografias, figurino, sincronia e simpatia são elementos de peso na hora da elaboração da nota por parte dos jurados dessa categoria. A forma como a comissão de frente cumpre seu papel –de introduzir a escola na avenida- também é avaliada.

Mestre-sala e Porta-bandeira
O mestre-sala e sua porta-bandeira são elementos importantíssimos na escola. Os juízes avaliam a dança, a elegância, graça e agilidade, flexibilidade e a variedade dos movimentos. Coordenação entre os dois como um casal também é importante. A bandeira não pode, em momento algum, ficar enrolada ao mastro. O casal também não pode ficar de costas um para o outro ao mesmo tempo, nem o estandarte encostar no mestre-sala ou no rosto da porta-bandeira.

As seis melhores colocadas voltam à Marquês de Sapucaí no sábado seguinte para o Desfile das Campeãs.

Transmissão

Câmera Full 3D da Rede Globo no Sambódromo. Foto: Divulgação/TV Globo.

Câmera Full 3D da Rede Globo no Sambódromo. Foto: Divulgação/TV Globo.

A Rede Globo transmite os desfiles do Grupo Especial desde o final dos anos 70. Em meados dos anos 80 até o final da década de 90 a transmissão era dividida com a Manchete. Com a falência da Manchete em 1999, a Globo passou a ser a detentora dos direitos de exclusividade do Grupo Especial.

Em 2014, a Globo não repassou a nenhuma outra emissora os direitos de transmissão dos desfiles, entretanto o desfile das campeãs foi transmitido pelo canal a cabo VIVA.

Em 2015, a Globo também não repassou a nenhuma outra emissora os direitos de transmissão dos desfiles. A mesma estrutura se repetirá em 2016.

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